A minha primeira crónica

É com grande prazer que escrevo a minha primeira crónica para este espaço de partilha de conhecimento e paixão desportiva. Mandam as regras de boa educação que me apresente primeiramente e passo a fazê-lo.

Chamo-me João Alvarez, tenho 24 anos e resido na margem sul do rio Tejo. Sou neto de um dos fundadores do primeiro núcleo do Sporting Clube de Portugal, localizada em Almada e fundada em 1969, chamado Núcleo Sportinguista Solar dos Leões. A história do Sporting Clube de Portugal corre-me no sangue e é electrizante e por isso mesmo sou um orgulhoso adepto leonino, nos bons e maus momentos do nosso clube.

Sou um dos muitos milhões de apaixonados pelo Sporting Clube de Portugal e tenho sido um dos também  muitos treinadores e opinadores de bancada. A lusofans.com proporcionou-me a oportunidade de exprimir o que me vai na alma, no que diz respeito á realidade e actualidade leonina e é isso que irei fazer através de variados textos e crónicas a apresentar no site. Espero contagiar-vos com a minha vibrante paixão leonina e motivar uma acção mais participativa de cada um de vós junto do nosso clube.

Confesso que fiquei um pouco indeciso sobre o tema da minha primeira crónica. Talvez comece por escrever sobre a polémica e pouco clara eleição do mais recente presidente do nosso clube…que nos permitiu ter dois presidentes no mesmo dia. Somos sem dúvida um clube diferente!

Por outro lado posso também escrever sobre o plano de angariação de novos sponsors apresentado por Paulo Futre. É sem dúvida um plano ousado e inovador em Portugal, que de utópico e lunático nada tem. Apresenta conteúdos e estratégias de Marketing competentes e baseia-se em experiências e exemplos de sucesso dos maiores clubes mundiais (Man United, Chelsea, Barcelona, Real Madrid…) ou de outros de menor dimensão mas de igual sucesso estratégico (West Ham, Tottenham).

Se continuar nesta toada eleitoral, devo escrever um pouco sobre a onda de esperança e mudança encabeçada pelo candidato Bruno de Carvalho, um pouco á imagem de Barack Obama nos EUA embora numa escala mais reduzida. Continuando nesta toada, o tema “sistema eleitoral” terá de ser obrigatoriamente um tema de debate. No meu ponto de vista,  é um sistema esgotado (assim como toda a estrutura do clube) e que se rege por directrizes ultrapassadas e necessitam urgentemente de ser alteradas, de forma a acompanhar a evolução dos tempos. Medir o “sportinguismo” de cada é uma tarefa difícil e injusta, mas existem algumas medidas que poderiam levar a um melhor entendimento e distribuição dos votos. Não é justo para aqueles que estão presentes em todos os jogos do Sporting, muitas vezes ao frio e à chuva, ter o número de votos equivalente ao número de anos de associado. Não é justo para aqueles que dão voz ao clube e que fazem deslocações de milhares de quilómetros por época, ter um número de votos menor que aqueles que criticam destrutivamente o Sporting e que colocam 10 ou 20 votos nas urnas, por terem maior longevidade de associativismo. Tem de existir algum beneficio para estes bravos que acompanham o Sporting Clube de Portugal na grande maioria das suas modalidades. Contudo, considero que tem de existir um proteccionismo para aqueles que deram anos e anos das suas vidas ao clube, seja através da sua colaboração directa ou pela longevidade de associativismo.

Talvez seja melhor colocar as interrogações eleitorais para segundo plano (sem as esquecer) e  iniciar o meu tempo de antena com uma avaliação do plantel leonino que irá terminar mais uma temporada longe (e estou a ser simpático no termo) do título.

O plantel não tem, nem de perto nem de longe, a qualidade que os nossos rivais apresentam. Quando digo plantel, refiro-me a jogadores de fraca qualidade, corpo técnico sem carisma e capacidade de liderar um clube desta envergadura, e ainda a toda a estrutura directiva que não respeita o passado vitorioso do Sporting Clube Portugal e que parece uma caricatura do país: um nicho de “mercado” onde se juntam amigos e conhecidos com o objectivo de tirar partido do clube…em proveito próprio.

Esta é uma odisseia que se arrasta à alguns anos e que tem vindo a encaminhar o clube para uma decadência e desrespeito nunca antes vistos. Arriscamos a ver o nosso querido clube perder a credibilidade e força de campeão. Seja como for, o voto de confiança dado pelos sócios (?) à nova direcção é uma luz de esperança. A massa associativa está sedenta de vitórias e quer a reabilitação do clube o mais rápido possível. Sem dúvida que o sucesso no futebol é o objectivo primário, mas não se podem descurar as modalidades. Sem um pavilhão desportivo onde se concentrem as emblemáticas modalidades do clube como o hóquei em patins, andebol, basquetebol etc, o Sporting Clube de Portugal arrisca a perder a sua alma e identidade. O local de culto do clube é actualmente o Estádio Alvalade XXI, apenas e só este. Sem sucesso no futebol, o sucesso vivido nas outras modalidades cai para segundo ou até mesmo para terceiro plano e esta é uma injustiça tremenda.

Por estes e outros motivos, realço a prioridade máxima de construção de um pavilhão nas proximidades do estádio.

A crónica já vai longa, mas despeço-me com uma questão e uma sub-questão que me têm colocado alguma perturbação no sono: para que serve o Conselho Leonino? Que mais valia representa para o Sporting Clube de Portugal?

Se alguém me conseguir justificar a importância deste órgão no clube, agradeço muito sinceramente, mas por favor façam-no com bases minimamente credíveis de importância no desenvolvimento do clube.

Despeço-me com o desejo e determinação na conquista do 3º lugar e o acesso à Liga Europa (só eu sei o que me custou escrever esta última linha).

Saudações Leoninas!

in Lusofans (www.lusofans.com)

http://www.lusofans.com/TeamArticle.aspx?ArticleId=1980&TeamId=3